quinta-feira, 26 de junho de 2008

Algumas reflexões sobre cultura e seus caminhos em Goiás

Compreendendo o que é cultura

Cultura é o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc., bem como à sua perpetuação pela transmissão de uma geração à outra.

No dia-a-dia das sociedades chamadas civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição; este sentido normalmente se associa ao que é também descrito como “alta cultura”.

Dentro do contexto da Filosofia, a cultura é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. A cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros.

A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. A cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização.

O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.
Corresponde, assim, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.

Cultura e identidade

Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce papel primordial para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as carcaterísticas próprias de cada grupo humano.

Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas produto direto da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia”. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual.

É imperioso que, sem perspectiva imediata de anulação dos efeitos da globalização, cuidemos das nossas manifestações culturais da forma mais incisiva e democrática.

Marcos Amaral Lotufo

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